12 de abril de 2025

Profissionais da educação de Foz iniciarão atos públicos

Em assembleia, profissionais da educação decidem iniciar atos público para informar população sobre desrespeito ao salário dos educadores. (Foto Izabelle Ferrari)

A primeira ação está marcada para o dia 26 de abril (sábado) pela manhã, na região da Ponte da Amizade, para informar a população sobre a defasagem salarial que já ultrapassa 30%.

Os profissionais da educação da rede pública municipal de Foz do Iguaçu, reunidos em Assembleia Geral, decidiram iniciar uma série de atos públicos para informar a população sobre a defasagem salarial que vêm enfrentando. O primeiro será no dia 26 de abril, um sábado, pela manhã, nas proximidades da Ponte da Amizade, para que a população seja informada do desrespeito que está ocorrendo em relação ao salário dos educadores.

A deliberação ocorreu depois da leitura de um ofício enviado pela administração municipal em resposta às reivindicações do sindicato que representa a categoria, o Sinprefi, sobre o pagamento do Piso Nacional e de outros reajustes atrasados. O documento afirma que “seria prematuro estabelecer, neste momento, um compromisso em ofertar uma proposta de reajuste salarial que deverá ser discutida, amplamente, durante o período do reajuste geral anual”, sem apresentação de proposta efetiva para a categoria, que já aguarda o reajuste de 2025 desde janeiro, conforme prevê a Lei Federal 11.378/2008.

Este ano, o reajuste previsto pelo Ministério da Educação foi de 6,27% em relação ao ano anterior, estabelecendo o valor inicial de salário do magistério, para uma jornada de 40 horas semanais (manhã e tarde), em R$ 4.867,77. Entretanto, em Foz do Iguaçu, os profissionais da educação recebem R$ 4.167,42, no início da carreira, para a mesma carga horária, resultando em uma defasagem de R$ 700,35 em relação ao Piso Nacional ( – 16,81%).

Além das perdas em relação ao Piso Nacional, que é salário-base da categoria, também há perdas significativas devido à inflação acumulada no período, que, somadas ao descompasso do Piso, ultrapassam 32%. Um misto de indignação e revolta toma conta dos profissionais que aguardam que o município de Foz do Iguaçu cumpra a lei que determina o pagamento do piso desde 2021.

“Estamos há quatro anos aguardando que o Piso Nacional seja uma realidade em Foz, é muito desgastante e frustrante ter que cobrar para receber algo que é nosso direito,” afirma a presidente do Sinprefi, Viviane Dotto. Segundo os dirigentes sindicais, havia muita esperança da categoria em relação ao novo governo municipal chefiado pelo General Silva e Luna que defendeu, durante a campanha, o pagamento do Piso Nacional. “Um piso salarial que não é honrado, isso é até ilegal. Então, se existe um valor mínimo que deve ser cobrado, e paga abaixo do mínimo, há uma dívida, uma dívida que pode ser cobrada até judicialmente. Então a minha percepção é que ‘sim’, tem que ser respeitado,” declarou o prefeito em entrevista ao Portal Diário de Foz, no dia 19/08/2024.

“Nós queremos esgotar todas as possibilidades de negociação antes de tomar uma medida mais drástica de buscar a Justiça para resolver a questão”, defende a assessora jurídica do Sinprefi, Solange Silva. “O problema é que a prefeitura não está sinalizando avanços e isso deixa a categoria muito descontente”.

A partir das deliberações da Assembleia Geral, realizada na última quinta-feira (03), os profissionais da educação iniciarão, também, campanha nas mídias sociais de informação e conscientização da comunidade escolar, como por exemplo: entrega de materiais, confecção de cartazes, faixas, entre outras ações.