Fiscais do Ministério da Agricultura pedem mais segurança
Ficais do Ministério da Agricultura que atuam em postos de fiscalização de dois portos no Paraguai, pedem mais segurança para retornar ao trabalho. Os portos ficam à aproximadamente 10 km da fronteira com o Brasil.
Há duas semanas um dos fiscais foi agredido por um motorista de caminhão, que teve a carga temporariamente retida, por problemas sanitários.
Diante da agressão, a direção do Ministério da Agricultura em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, que faz fronteira com o país vizinho, suspendeu o trabalho nos portos paraguaios. O serviço existe há 10 anos em parceria firmada entre os dois países para agilizar a liberação de cargas.
Agora todo o trabalho é feito no porto seco de Foz do Iguaçu, o que pode aumentar ainda mais o tempo de liberação das cargas, de acordo com o chefe do mapa em Foz do Iguaçu, Adinan Galina.
E esse não é o único transtorno. Desde do fim do ano de 2021, servidores do Ministério da Agricultura estão mobilizados e pedem reajuste salarial, além da contratação de mais pessoas.
“Nós estamos com uma defasagem imensa de servidores. Só em Foz do Iguaçu nós precisaríamos de em torno de 15 a 20 funcionários, estamos em oito. […] Para o caminhoneiro acaba gerando mais demora, nós intensificamos a fiscalização, são mais caminhões que passam pela rampa, nós fazemos uma vistoria melhor e com isso acaba gerando, pela falta de pessoal, uma demora. É natural isso acontecer,” argumenta Galina.
Além da segurança reforçada, os fiscais querem maior controle dos produtos químicos usados na eliminar insetos nas cargas. Um gás perigoso para saúde humana estaria sendo aplicado em áreas sem isolamento, colocando em risco a saúde deles.
“Todo produto que está sendo importado pelo Brasil, se tiver inseto, por exemplo, ele é condenado. E para você fazer o controle desse inseto, é utilizado um produto, um gás. Esse gás, evidentemente, é tóxico aos seres humanos, não para quem vai consumir o produto em si, mas principalmente para quem está manipulando o produto tratado. Existe uma série de preceitos técnicos, que devem ser observados e se não forem observados, quando o produto é submetido a manipulação, aos controles, a coleta de amostra, a inspeção sanitária que a gente faz, a pessoa que trabalha com isso vai acabar se contaminando,” comenta o representante do Mapa em Foz do Iguaçu .
Na última sexta-feira (27), a direção do Ministério da Agricultura em Foz do Iguaçu se reuniu com as autoridades paraguaias para negociar a volta dos brasileiros ao país.
Nesta segunda-feira (30), o diretor das aduanas de Cidade do Leste, na fronteira com Foz do Iguaçu, Rubén Talavera, afirmou que vai ser possível atender as exigências.
“Nos recebemos os pedidos na sexta-feira e neste fim de semana já trabalhamos intensamente para resolver. Eu creio que nesta semana, entre quarta e quinta, já estaria quase resolvido. Uma vez finalizado este trabalho, vamos solicitar a presença dos funcionários do Ministério da Agricultura, para que possam inspecionar, dar o seu ‘ok’, para que assim possam voltar a trabalhar na Cidade do Leste,” afirmou ele.
O Ministério da Agricultura não se manifestou sobre como andam as negociações com os servidores, relacionadas a greve que teve início em 2021.
RPC