21 de dezembro de 2024

Espanha retira embaixadora em Buenos Aires por polêmica com Milei

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Madri retirou definitivamente sua embaixadora em Buenos Aires, anunciou o ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, nesta terça-feira (21), intensificando a controvérsia sobre os comentários depreciativos feitos pelo presidente argentino, Javier Milei, em Madri.

Albares acrescentou que, de agora em diante, a embaixada na Argentina será dirigida pelo encarregado de negócios.

No domingo (19), o governo espanhol chamou de volta a representante da nação europeia em Buenos Aires para consultas, após o presidente do país sul-americano, Javier Milei, chamar a esposa do presidente da Espanha, Pedro Sánchez, de “corrupta”.

Na diplomacia, quando um país convoca de volta seu representante em outra nação é um sinal de que as relações entre os dois países foram seriamente afetadas.

O chanceler espanhol, José Manuel Albares, afirmou que a acusação de Milei ultrapassou qualquer diferença política ou ideológica.

“O respeito mútuo e a não ingerência em assuntos internos é princípio inquebrantável das relações internacionais e é inaceitável que um presidente em exercício, em visita à Espanha, insulte o país e o seu presidente”, afirmou o ministro.

Entenda

A esposa de Sánchez, Bergoña Gomez, foi alvo de denúncia de corrupção e tráfico de influência que levou o presidente espanhol a cogitar renunciar do cargo. Porém, Sanchéz acabou desistindo de renunciar, segundo ele, para não permitir que campanhas de difamação prosperem.

De acordo com a Reuters, promotores da Espanha pediram o arquivamento do caso por falta de provas. O grupo que fez a denúncia contra Bergoña chegou a afirmar que não sabe da veracidade das informações e que apenas baseou seu processo em reportagens da imprensa.

Essa não é a primeira vez que Milei entra em atrito com mandatários de outros países, causando crises diplomáticas. No final de março, a Colômbia expulsou diplomatas argentinos na capital Bogotá, após Milei chamar o presidente colombiano, Gustavo Petro, de “terrorista” e “assassino”.

*Colaborou Lucas Pordeus León – Repórter da Agência Brasil